PSP e GNR chamadas a intervir nas urgências do hospital de Tomar

Diz quem assistiu que foram cenas dignas de um filme de ação as que se passaram nesta quinta feira, dia 2, à tarde e à noite nas urgências do hospital de Tomar. Por duas vezes a PSP de Tomar foi chamada a intervir e numa das vezes teve a ajuda da GNR e dos seguranças do hospital.
O primeiro caso aconteceu por volta das 17 horas com a sala de espera cheia. Um homem, farto de esperar, tentou forçar a entrada na zona do atendimento médico. Com a chegada da polícia os ânimos acalmaram, mas por volta das 21 horas outra situação mais grave exigiu novamente a intervenção da PSP.
A juntar ao mesmo homem que gritava consecutivamente "eu preciso de um médico" enquanto forçava a entrada, chegou um rapaz com vários ferimentos no corpo. Também aos gritos dizia que tinha caído de bicicleta, proferia impropérios, não deixava ninguém tocar-lhe, além de agredir e ofender quem o tentava ajudar. “Parecia que estava possuído”, relata uma testemunha. A polícia, com a ajuda dos seguranças e da GNR, conseguiu imobilizar o rapaz e prende-lo à cama.
Apesar da falta de pessoal (só havia dois médicos de serviço e havia dezenas de pessoas para atender), os doentes que aguardavam nas salas de espera mostraram-se solidários com os médicos e enfermeiros.
Ao longo da tarde e da noite vários doentes protestaram por causa do excessivo tempo de espera. Houve quem, com pulseira amarela, tivesse.de esperar mais de 10 horas para ser consultado.
Naquela altura, conforme estava escrito nos monitores, o tempo médio de espera para atendimento médico era de 8 horas e 26 minutos para quem tivesse pulseira amarela e 11 horas e 10 minutos para pulseira verde. Mas mesmo assim, estes tempos de espera eram ultrapassados.
Segundo o protocolo da Triagem de Manchester cada uma das cinco cores representa um grau de gravidade. A cor vermelha tem atendimento imediato; a laranja (muito urgente) prevê atendimento em dez minutos; o amarelo (urgente), uma hora; o verde (pouco urgente), duas horas; e o azul (não urgente), quatro horas.