Na sede da freguesia de São João Baptista e Santa Maria dos Olivais (Tomar) em pouco mais de uma hora esgotaram-se as inscrições para levar tabuleiro na festa de julho próximo.
Centenas de mulheres pretendiam inscrever-se para participar no cortejo dos tabuleiros mas o número limitado de inscrições fez com que muitas não conseguissem concretizar esse desejo.
Na manhã de sábado, dia 31, dia marcado para as inscrições, muitas mulheres choraram por não poderem participar na Festa dos Tabuleiros. Conforme noticiámos nesse dia, a fila à porta da junta começou a formar-se cerca das 4.30 horas e às 9 horas, quando as portas abriram, eram mais de centena e meia na antiga sede da junta de Santa Maria dos Olivais e outras tantas na antiga sede da junta de S. João Baptista. Rapidamente se chegou ao limite das inscrições.
Mulheres que têm participado em festas anteriores viram-se impedidas de participar este ano. E instalou-se a tristeza e a revolta.
“E quem estava a trabalhar nesse dia (das inscrições) não pode participar na festa?” foi uma das questões levantadas. É que a junta não autorizava que fossem terceiros a fazer a inscrição. Teria de ser um dos elementos do par a inscrever-se pessoalmente. Outra acusação é a de haver discriminação em relação às mulheres mais velhas que são preteridas em benefício das mais novas. Outra das condições é um dos membros do par estar recenseado na freguesia.
Os que ficaram de fora e estão interessados em participar na festa têm ainda a esperança de poderem entrar no cortejo dos tabuleiros através de outras freguesias do concelho.
Aqui ficam alguns comentários publicados na internet:
Paulo Duarte – “Pois eu fui lá as 10:30 e já não havia mais inscrições. Não aceitavam mais pares. Estava muita gente que chorava por não poder participar na Festa dos Tabuleiros onde já participaram outros anos. É vergonhoso este ano muitos da cidade terem que procurar outras juntas de freguesia para poderem participar”.
Paula Peixoto – “Verdade, são seletivos em relação a idade. Que falta de respeito pelos mais "velhos"... e sei do que falo”.
Maria Lisete Lapa – “Lamento dizer isto, mas a verdade é: uma festa que tem restrições de inscrições, mas que a única forma de acesso à sua participação é a ordem de inscrição, para mim e para muitos está esgotada, ou pelo menos o modelo de participação esgotou-se. Efetivamente, hoje (dia 31) ficou claro que quem irá participar nesta festa são mais dos mesmos, pois só esses sabiam que quase tinham de lá dormir. Pergunto, quem hoje tinha de ir trabalhar como poderá aceder a uma inscrição? Nas freguesias em que será durante a semana, quem trabalha criaram vagas para esses que não podem fazer durante a semana, que afinal é de trabalho? Julgo que chegou a hora de se criar um registo de quem já participou e dar a prioridade a quem nunca participou e pretende participar. A festa de Coimbra que tem raízes e proximidade com a de Tomar já faz isso, e isso sim é uma verdadeira festa popular, caso contrário passou a ser a festa de alguns.”
Lino Pereira – “E as pessoas que estavam trabalhar como eu (…) não têm direito a participar?”
Deixo aqui o mesmo comentário que deixei no Facebook há uns minutos.
ResponderEliminarDo que percebi o número de participantes tem mesmo de ser limitado, independentemente do número de tabuleiros dispensado pelas juntas. Se assim não fosse o cortejo iria tornar-se enorme e duraria demasiadas horas. Seria muito mais difícil de organizar e alguns participantes poderia não aguentar.
Mas concordo com o que foi dito, que seria bom começarem a dar alguma prioridade a quem, nunca tendo participado, o deseja fazer. Afinal de contas é suposto ser uma festa do concelho e para todo o concelho.
Todos os anos era feita uma lista das pessoas que se inscreveram, das participaram e das que ficaram de fora. No ano seguinte as pessoas que tinham ficado de fora, se renovassem a inscrição teriam prioridade. E até mesmo de entre os que ficaram de fora, ainda se poderia estabelecer uma prioridade máxima para os que tivessem duas ou mais inscrições sem terem conseguido participar.
Outra solução seria estabelecer quotas, por exemplo, 33% para quem nunca tinha participado e nunca se tinha inscrito, 33% para quem já se tinha inscrito em anos anteriores mas tinha ficado de fora e 34% para pessoas quem já tivesse participado.
São apenas ideias, discutíveis, mas parece-me que qualquer uma delas será melhor do que o método aplicado este ano. Não sei se em anos anteriores foi assim.
Acabei de saber que em São Pedro abriu ontem as inscrições das 14:00 às 17:00 e esgotaram-se no mesmo dia, pelos vistos, nem no próprio dia chegou para as encomendas.
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