quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Livro dos 500 anos da Misericórdia esteve cinco anos na gaveta

Capa do livro
Cinco anos depois de estar pronto, o livro dos 500 anos da Santa Casa da Misericórdia de Thomar, foi finalmente lançado durante a sessão solene comemorativa do 505.º aniversário da instituição, realizada dia 12.
Da autoria de Graça Arrimar Brás dos Santos e Maria Teresa Desterro, o livro tem mais de 300 páginas e foi vendido no dia do lançamento por 40 euros.
Da introdução do livro publicamos um pequeno excerto:
“A Santa Casa de Tomar foi fundada por D. Manuel I por Alvará de 8 de Dezembro de 1510, sendo-lhe anexados o Hospital de Nossa Senhora da Graça, a Gafaria de Santo André e as Confrarias de Santa Cruz e Santa Maria, com os seus bens e encargos. Passa a tratar dos doentes pobres no hospital e domicílio, a cuidar dos enjeitados, dos presos, dos pobres envergonhados, dos peregrinos e viandantes, enterrar os mortos e assistir espiritualmente quem precisa. Esta Santa Casa trilha o mesmo caminho das suas congéneres e torna-se, a par do Convento de Cristo e do Município, numa Instituição de grande prestígio a nível local (…) É certo que, a partir do século XVIII se verificou um declínio generalizado das Misericórdias, provocado por vicissitudes diversas, que foi acompanhado pelo maior relevo que iam assumindo os municípios na vida das populações (…). Vários foram os períodos em que a Misericórdia de Tomar se viu a braços com dificuldades financeiras e outras, socorrendo-se de peditórios, de esmolas diversas e solicitando mesmo a intervenção do poder central para fazer face às muitas despesas que tinha. 
Um dos meios de que a Santa Casa beneficiou foi a doação de bens móveis e imóveis e mesmo de dinheiro, por parte de vários beneméritos, contribuindo para a diversificação e aumento do seu património. Salientamos, também, a importância das heranças para a satisfação de determinadas obras de assistência, não esquecendo porém, que a Santa Casa ao receber uma herança ficava sujeita ao cumprimento de determinadas obrigações, e que para as cumprir recorria ao serviço de diversos assalariados que, por sua vez, contribuíam para o aumento dos encargos. 
Hoje, a Misericórdia desenvolve várias e diversificadas frentes de ação, cuja dinâmica se estende a todo o concelho de Tomar (…).”

Sobre as autoras: Graça Arrimar Brás dos Santos, foi docente de História e professora bibliotecária na Escola de Santa Iria, em Tomar. É mestre em História Regional e Local, pela FLUL e Investigadora, no âmbito da história, com duas obras sobre a Santa Casa da Misericórdia de Tomar. Anteriormente tinha lançado um livro sobre a roda dos expostos em Tomar.
Maria Teresa Desterro é professora no IPT e diretora do curso de Conservação e Restauro. É doutorada em História de Arte pela FLUL e tem obra publicada na área da sua especialidade.
As autoras (sentadas): Graça Arrimar e Teresa Desterro (foto de Hugo Machado)

Sem comentários:

Enviar um comentário